AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
- Pense sempre, nada foi feito para ser como realmente é!
Amiga, me impressionei ao chegar aqui e ver essa sua postagem! Eu simplesmente AMO essa poesia e é claro, o poeta. Vc me surpreendeu novamente, nem eu sabia de algumas coisas q tinhamos em comum.
ResponderExcluirTe amo, Obrigada
bjos Letícia