sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Devaneios

Amo de maneira tão leve que me sinto capaz de voar a cada momento que penso em ti, e vá por mim, não são poucos.
Não amo por obrigação ou por necessidade.
Amo por vontade...
Na verdade TE amo por vontade, afinal não haveria vontade se não fosse você.
Se não fosse você a primeira pessoa em que pensa ao acordar e a ultima em que penso antes de dormir.
Seria injusto falar sobre vontade e não falar sobre escolha.
Aprender depois de tanto tempo que amar é simplesmente escolher. Escolher alguém compatível com o meu conceito de felicidade, com meus objetivos de vida...
Como amar tanto, e de maneira tão saudável, e o melhor, o mais extasiante: ser retribuído exatamente da mesma maneira?
Aaah... só o Tempo sabe, só o Tempo mesmo para nos pregar uma peça dessas. Girando nossas vidas de cabeça para baixo.
Deve ser por isso que vemos as coisas de ângulos diferentes dos demais, por isso estamos tão ligados e somos tão compatíveis.
Enfim... Amor sem correntes nem grilhões, amamos de modo a bastarmos um para o outro.
E nada nem ninguém seria mais perfeito para mim...

L.N.

Post escrito em 2012

Ideal



Aquele homem que nasceu para se firme e resolver todos os seus problemas não existe mais. Por que? Porque caiu em desuso, Não precisamos mais deles.
Não cabe ao homem, exclusivamente ser o provedor da família, não cabe a ele manter a pose de machão. 

No mundo em que vivo, à homens e mulheres não cabe designar tarefas ou obrigações tendo em vista apenas o gênero, mas sim capacidades individuais e interesses - coisas que mudam de pessoa para pessoa.  

Dinheiro não é mais símbolo de masculinidade, logo os homens não se sentem mais obrigados a pagar contas nos restaurantes. Aliás, dinheiro não significa muito hoje em dia, afinal não existem pobres. Desigualdade é desumano. Temos educação e oportunidades o suficiente para tirar pessoas da condição de pobreza, e o mais importante não há preconceito de nenhum dos lados, o que ajuda muito no que tange as oportunidades de crescimento individual do ser humano.

Não fazemos mais vitimas de violação sexual, e quando há a comoção é fortíssima. O culpado é quem fez o ato, não quem o sofreu JAMAIS. Mas hoje em dia isso quase não acontece. Mulheres podem andar nas ruas a hora que for, nossos ancestrais ensinaram aos seus filhos o que é respeito e até onde vão suas liberdades. Consentimento é tudo! 

Mulher não se dá mais ao respeito, porque respeito todo mundo dá, para quem quer que seja. Não somos ensinadas a fechar nossas pernas, ou a almejar o matrimônio de tal maneira a fazermos escolhas erradas somente para satisfazer um ideal de sociedade. Quando vemos uma mulher solteira de determinada idade não pensamos: "Coitada, o que será que tem de errado com ela?" 

A vida do ser humano não é motivada pela linearidade de  "nascer, crescer, se reproduzir e morrer". Temos um propósito mais metafísico que este: o propósito de ser feliz e fazer os outros felizes. Parece complicado, mas é simples, pode acreditar! Darei 3 os passos básicos:
1 - Não se preocupar com status. Isso não existe. Não temos que procurar motivos para sermos melhores que alguém
2 - Não fomos criados de maneira a cercear nossa vontade nem nossa criatividade
3 - Mas sabemos até onde podemos chegar para não passar por cima da vontade do outro, assim garantimos que a nossa liberdade também seja respeitada.

Por esses motivos não precisamos mais dos machos de verdade, ou da mulher que deve cozinhar e cuidar da casa, casamos porque amamos e nos desenvolvemos mais como pessoas.

---------------------------------------------------------------------------------- L.N.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

O divertido da Copa

Numa situação hipotética estão você, sua avó, um taxista, a secretária do consultório dentista e @ president@ do país sentados numa mesma mesa, cada uma com suas diferenças. Você está bebendo um refrigerante, sua avó um café com leite acompanhado de uns biscoitos,  taxista uma cerveja, a secretária bebe uma caipirinha e @ president@ uma Cuba Libre.
Como colocar pessoas tão distintas para bater papo naturalmente sentados à mesma mesa? Simples. Dê a elas um Assunto Universal.
O Assunto Universal padrão é o tempo, mas esta não serve, porque só é útil dentro de elevadores, afinal é curto e impessoal. Curto por motivos óbvios e impessoal pois, dificilmente entra no campo particular e logo, não serve para fazer amizades. Darei um exemplo:
(O que acontece)
- Bom dia.
- Bom dia.
- Tá calor hoje né...
- É será que chove?
(O que NÃO acontece)
- Ah, tomara que não, esse fim de semana vai dar praia. Gosta de praia?
- Adoro!Eu surfava há uns anos atrás.
- Sério, que legal! Vou pra prainha sábado, quer vir com a gente?
- Ótima ideia! Anota aí meu numero.

Infelizmente não é assim, e o tempoé um assunto TÃO universal que se torna clichê. Mas tem um que nunca falha: a Copa.
Então qual é o divertido da Copa? É que ela é um Assunto Universal e por isso é capaz de integrar numa conversa você, sua avó, o motorista de taxi, a secretária e @ president@. E vocês poderão fazer discursos inflamados, dar suas opiniões e se divertir juntos mesmo sendo pessoas completamente diferentes.
Sejamos pouco ou muito entendidos de futebol o assunto Copa não exclui ninguém da conversa, todos vão compreender os comentários. É só chegar, puxar uma cadeira ebotar mais uma carne na brasa ou uma cervejinha na geladeira.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Sugerindo hashtags mais adequadas:



#macacodecuérola
#somostodossemnoçao
#vaijogarbananaprasuamae

Daniel Alves declarou algo mais ou menos assim "Fazer o que? Não vão mudar mesmo, o jeito é rir desses babacas"
Não desconsidero a atitude do jogador ao debochar da situação e espero que o agressor tenha ficado, no mínimo, desconcertado. No entanto, continua se tratando de uma agressão, mesmo sem golpes ou palavras o gesto de jogar bananas a brasileiros negros num campo de futebol europeu quer dizer MUITA coisa.

A campanha bota em foco a "igualdade" (nivelada por baixo, o que não vale de muita coisa) e a relativização do preconceito, ou seja "se sente ofendido quem quer". Eeei, Neymar, ofende os outros quem quer também, e é nas pessoas que acham que possuem esse direito por serem brancas nas quais temos que focar. Aceitar o preconceito é abaixar a cabeça, e abaixar a cabeça é legitimar o racismo. Então não, não se sente ofendido quem quer, negros são agredidos historicamente e isso precisa mudar.

Subentende-se que macaco é um ser inferior na nossa escala evolutiva, recuar milhões de anos e se presume que os seres humanos tenha se desenvolvido capacidades intelectuais que nos permitam desfazer de pensamentos mesquinhos. Então aqui vai mais um sugestão:

#evoluam #naomatemDawindedesgosto

Perpetuar uma campanha como esta é não compreender ou simplesmente ignorar propositalmente a gravidade da situação. A coisa toda não começa pela banana. Começa quando prendem um negro "por acaso", quando um carro de polícia arrasta uma mulher até a morte, quando torturam um jovem na favela e somem com o corpo, quando não se permite a entrada de certos jovens em  shoppings granfinos das grandes cidades.

Podem até dizer que é só uma questão de classe (classe esta que por nenhum acaso é majoritariamente negra) mas o preconceito e a hostilidade é tão grande que, apesar dos milhões de euros no bolso, 3 Ferraris na garagem e mansões luxuosas espalhadas pelo mundo Neymar e Daniel Alves não são brancos e não os deixarão esquecer disso. E este é o real significado da banana, a crença por parte de algumas pessoas que a pele negra anula o ser humano, um grito silencioso que serve para lembrar "Você pode ter tudo, mas continua sendo inferior aos meus olhos, e se você não tivesse tudo isso, ah garoto, seria pior ainda."

Como disse Leci Brandão, começo a respeitar o movimento quando surgirem as camisas

#somostodosAmarildo
#somostodosClaudia
#somostodosmcdaleste

Nomes não vinculados a mídia internacional, mas que enfrentaram a real face do preconceito, aos quais foram jogadas bananas a vida inteira das maneiras mais cruéis possiveis. Mas não, preto pobre não interessa né?


L.N.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

"A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranquilidade, querer com mais doçura" Lya Luft




Incrível perceber quando as coisas mudam.

Quando o amor acaba, você nota aos poucos mas se finge de cego até se convencer que este se desvaneceu no passado.

Já quando o amor começa e você se vê pensando naquela pessoa em especial, não há como não sofrer um leve sobressalto.



Porém, o momento em que mais relutamos é ao ver a vida correndo e as fases passando.

Reparar que sua infância e adolescência foram embora, que num piscar de olhos você chegou aos 18 e suas necessidades são cada dia mais distintas.

Mas estranho mesmo é chegar aos 20, com a mente ocupada, focando nas preparações para o futuro e o principal: se desvencilhando das frustrações adolescentes, dos traumas e das inconformidades com as pessoas que fizeram parte do seu passado. Tudo aquilo de repente não importa, simplesmente porque você é agora uma mulher e tem mais, muito mais com o que se preocupar.

A sua vida anda tão atarefada, seus planos são tão intensos que naturalmente a vida alheia não te diz mais respeito.

Se aquela menina é metida, se aquele rapaz pegou geral, se os ex conseguiram te esquecer realmente, se aquela pessoa tão idiota consegue ser feliz e conviver consigo mesmo, se toda a felicidade que as pessoas postam no facebook acontece na vida real, se aquele religioso precisa de salvação, Se o namorado dela realmente a ama ou é só carência, se tudo que sai da boca de algumas pessoas é mentira, porque alguns querem se enganar, o ódio que vc sente daquela ex, o que ficou mal resolvido nos antigos relacionamentos, o que ficou engasgado e você até hoje não falou, o porque de você ter feito as bobagens que fez, ter aceitado o que não valeu a pena... Agora tudo o que você tem a dizer é: foda-se

Todos os questionamentos sobre o passado e o inconformismos acerca da maneira dos outros viverem suas próprias vidas se desfazem gradativamente da sua cabeça e principalmente do seu coração. Ê órgão difícil de curar esse tal de coração.

Há toda uma angústia em tornar-se adulto. Padecer sob as 40 horas de trabalho semanais é difícil, porém deixar de dar satisfações aos pais é ótimo! Só que agora a satisfação é pro chefe o que talvez seja tão ruim quanto. A independência financeira é maravilhosa, mas como você adoraria não precisar trabalhar para sobreviver, heim? Conhecer gente nova e profissional é interessante, no entanto várias vezes você se pega pensando como seria bom estar enclausurada no seu quarto tirando uma boa soneca depois do almoço.

Contudo, "adultecer" te faz alguém. Não economicamente falando, mas sim na formação e consolidação da sua personalidade. O que temos de mais importante é a nossa pessoa, pois é ela que conquista os amores, os amigos, e ela que dita nosso foco na vida e os rumos que iremos tomar assim como ela pode nos destruir. Somos feitos de máscaras, cada uma de uma maneira e todas elas são verdade (mas esse assunto é mais complexo, deixemos talvez para um próximo post). Daí então você percebe a verdade em que está se tornando e como metade das suas verdades até então, se transformam.


Maturidade é algo difícil de se explicar, porque não há uma fórmula para chegar a ela, acredito que se algo a se mirar para ser o melhor possível, mas que nunca se deixa de tentar alcançar. Ninguém atinge a felicidade suprema, a perfeição plena, mas deve-se sempre ir na direção da mesma forma que ocorre com a maturidade absoluta.

 ------------------------------------------------------------------------------- L.N.

Infinito

Você já reparou nas pétalas de uma rosa?
Em como elas se comportam de dentro para fora, em como cada uma possui um formato, uma direção distinta?
Rosas são ao mesmo tempo belas e dramáticas.
Podem se comparar a toda a exuberância da maturidade ou a toda frieza e mistério de um buraco negro.
Rosas são introspectivas, belas, fortes.
As suas rosas me lembram de cada olhar seu, me recordam cada gesto de amor.
Rosas também me proporcionam lembranças sobre o tempo. Sua definição, sua ambição.
Claro que o tempo é ambicioso, afinal ele quer tudo pra si, assim como o mundo parece caber dentro de uma rosa.
E os entrelaces do Tempo! Aqueles que fazem  a vida dar mil reviravoltas até um momento preciso onde tudo se encaixa, onde cada segundo vivido aparentemente em vão toma o seu lugar certo e passa a ter uma razão.
Mas é só uma, rosa, Letícia. Como você vê tudo isso?
É numa rosa entregue pelas mãos do seu amor, que você percebe todo o infinito que há dentro dela.

terça-feira, 16 de julho de 2013

E que venham mais anos


Vou contar uma história, já faz um ano.
Ela pensou em sair, queria assistir um festival de animação. Daí ela ligou pra ele, um pouco em cima da hora até.
Ele atendeu, ele adorou a ideia de ir com ela. Então foram, se encontrariam lá.
Como ela morava mais perto acabou chegando super cedo (normalmente vans para o centro da cidade são mais rápidas que ônibus, sabe).
As filas estavam enormes, foi até bom ela ter chegado cedo. Ficou no telefone com uma amiga enquanto esperava.
Ele chegou, deu um beijo nela, se desculpou pelo atraso. A fila estava chegando ao fim...
"Estudante paga meia, qual sessão?" perguntou a balconista.
Pegaram então duas sessões a noite. Bom, teriam tempo para comer, relaxar e conversar.
Falavam sobre tudo, o tempo friozinho do lado de fora, os estudos complicados, gostos musicais, polêmicas sociais, tudo os interessava.
Primeira sessão.
O silêncio da sala de cinema, olhos focados na tela, corações focados um no outro. Olhos focados na tela, olhos focados um no outro, bocas encostadas, mentes flutuando, olhos nos olhos, carinhos... Pra Que filme? Pra Que cinema? Pra que realidade?
Quando os olhos se abrem Eles lembram de onde estão. Ela apoia a cabeça no ombro dele e continuam assistindo o filme, um pouco sem graças diga-se de passagem.
Ele não conseguia pensar em mais nada a não ser ela, estava fascinado.
E ela, bem, ela estava encantada e achava mágico cada segundo ao lado dele, ela esquecia do mundo ao lado dele (e ainda esquece).
Intervalo entre as duas sessões. Pausa para ir ao banheiro, tomar um café.
Voltaram a sentar juntos e conversar. Ele parecia não estar ouvindo, ela comentava sobre o curta que acabaram de ver e ele a interrompe.
"Acho que está na hora de eu te pedir em namoro."
Ela não entendeu muito bem se aquilo era um pedido real ou só uma conjectura, só um pensamento em voz alta. Então ela com toda a sua polidez habitual se limitou a perguntar "Mas já?"
Ele abaixou os olhos "É eu sabia que vc ia achar muito cedo"
Ela entendeu que realmente se tratava de um pedido e disse: "Hey, calma. Você sabe que eu sou complicada, pretende me aturar, ter paciência comigo?"
"É lógico! Bem, é que o que a gente tem já passou de uma amizade colorida, não é?"
"Sim, acho que sim."
Bem, já faz um ano e ele anda cumprindo a promessa, eles continuam apaixonados como nunca pensaram estar. E tudo isso foi fruto de eventos de probabilidade muitíssimo baixa de se tornarem realidade.
Apresentando os personagens:
Amiga: Marcella Magalhães
Ela: Letícia Nunes
Ele: Felipe Yuush
— em CCBB Rio de Janeiro